segunda-feira, 30 de maio de 2011

[DICAS] Vai construir a sua Casa? Veja Como poupar no orçamento.


Sem dúvida que é bastante mais cômodo e fácil comprar uma casa já construída e pronta a habitar. A unica preocupação será, supostamente, mobiliar a mesma. 

Mas a esta, acresce uma outra: a da prestação mensal que terá de pagar à entidade bancária com quem contraiu empréstimo que representará, durante muito tempo, um encargo ao qual não se poderá furtar. Existe, contudo, uma alternativa realmente competitiva e que é a construção da sua própria casa.


Para o fazer e para conseguir uma construção o mais econômica possível, deverá, em primeiro lugar, procurar o terreno ideal para a construção da moradia: geologicamente, o solo deverá ser estável e, em termos topográficos, deverá apresentar-se plano – isto para evitar gastar muito dinheiro com escavações e fundações faraônicas. 

Deverá também ter em conta que o IMT é apenas aplicado sobre o terreno e não sobre o edifício a construir, o que também lhe permite poupar algumas centenas de reais. Não se esqueça ainda que o dinheiro proveniente do crédito bancário que tiver de contrair para a construção da sua casa chegará às suas mãos em partes, o que significa que a sua obra avançará por fases. Estas fases serão vistoriadas por um perito do banco e o segredo é reduzir ao máximo essas mesmas vistorias – já que cada uma delas é paga por si.

Lembre-se também do fato de que o empréstimo só começará a ser liquidado após a conclusão da atribuição das partes, pelo que convém acelerar a obra, de forma a poder beneficiar de juros mais baixos. E, claro, no momento de fazer as simulações de empréstimos, recorra a diferentes instituições bancárias e mesmo a diferentes balcões da mesma instituição – há relatos de diferenças consideráveis de região para região – de modo a otimizar o seu crédito. 

Nestas situações, negocie de forma enérgica e firme, já que este gesto permitir-lhe-á poupar dezenas de reais todos os meses, muitas vezes, toda a vida.

Passada a fase inicial, procure um empreiteiro ou construtor da sua confiança e dê início à obra. Saiba que não deverá poupar, de forma alguma, nas fundações e alicerces da sua casa – por motivos óbvios –, mas que poderá fazê-lo na fase dos acabamentos – fase que corresponde, muitas vezes, à maior «fatia do bolo». 

Opte por materiais e eletrodomésticos mais simples, mas igualmente funcionais e duradouros e verá que o conforto será o mesmo.
Deverá, ainda, concentrar as tubulações da cozinha e casa-de-banho num só local e preferir uma casa com um desenho simples para poupar na construção do telhado.

Se seguir estes conselhos, terá, muito provavelmente, a casa (e a prestação) dos seus sonhos.

Em que economizar

• Fundações leves:
 Opte por terrenos firmes. Como o terreno é firme, elas se aprofundam apenas 1,50 m na terra em média. Por isso, os próprios funcionários da obra cavam os buracos, sem auxílio de máquinas.


• Madeira barata: Escolha espécies de reflorestamento, com crescimento rápido. Se optasse pelo mogno ou jatobá, o gasto seria 25% maior.


• Sem isolamento térmico: para que a casa não fique abafada, devido à madeira escura, monte um projeto que propicie a ventilação cruzada. A moradia pode ter escotilhas no piso, por onde entra o vento frio. Aberturas no topo das janelas deixam escapar o ar quente. Mas se o seu terreno estiver em uma boa altitude, deverá ser atingido por muitos ventos.


[DICAS] Construindo a sua Casa (Execução de Obra )

Execução de Obra


CONTRATAÇÃO DE UM ARQUITETO OU ENGENHEIRO

É necessária a contratação de um engenheiro civil ou de um arquiteto, para que este elabore e assuma a responsabilidade do projeto.



Também é necessário a contratação de um engenheiro ou arquiteto para que este acompanhe a execução da obra, sendo este o responsável técnico pela obra. 


Quem fiscaliza se uma obra tem um engenheiro ou arquiteto contratado é o Crea, e para o Crea, para qualquer obra é obrigatória a contratação de um engenheiro ou arquiteto;

ART

Anotação de Responsabilidade Técnica, documento do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), através do qual o profissional, Engenheiro Civil ou Arquiteto assume a responsabilidade junto ao CREA pelos projetos e pela execução da obra. 

PROJETO ARQUITETÔNICO

Aprovação do projeto arquitetônico junto a secretaria de urbanismo do município. Os demais projetos, elétrico, telefônico, de água, esgoto e estrutural não necessitam de aprovação, apenas que sejam executados por um profissional competente; 

ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO

Estando o projeto arquitetônico aprovado e as taxas pagas, a secretaria de urbanismo libera o alvará de construção. Para o município de Curitiba o alvará tem validade de dois anos para que a obra seja concluída. Passando deste prazo deverá ser verificado junto a secretaria de urbanismo a possível renovação, tendo em vista possíveis modificações nas leis de aprovação de projeto;

CVCO / HABITE-SE

Certificado de Vistoria e Conclusão de Obra ou Habite-se. Quando da conclusão da obra, deve ser solicitado junto a secretaria de urbanismo a vistoria de conclusão de obra, para que seja verificado se a obra foi realizada exatamente como foi aprovado o projeto. 

INSS

Para obras acima de 70m² o registro de imóveis solicita a CND do INSS (Certidão Negativa de Débitos). Se tratando de obras acima de 70m², no inicio da obra deve ser feita uma matrícula junto ao INSS para o recolhimento dos impostos relativos a execução da obra. 

Ao final da obra deve ser procurada uma agência da Receita Federal, munido do projeto aprovado, da ART e do CVCO, para que seja verificado o valor devido pela obra ao INSS. A este valor deve ser deduzido o valor recolhido durante a execução, o qual deverá ser pago para a emissão da CND.

AVERBAÇÃO

Após a obra concluída e emitida a CND do INSS, a construção pode ser averbada junto ao registro de imóveis, ou seja, no registro onde continha apenas um terreno, agora será incluída a construção em questão e a obra finalmente estará regularizada. 

FISCALIZAÇÃO DE OBRA


Todos os tramites acima citados são obrigatórios para qualquer tipo e tamanho de construção, sendo assim algumas fiscalizações são comuns:

CREA - O CREA mantêm uma fiscalização constante em todas regiões, verificando se as obras em andamento estão sendo acompanhadas por um profissional qualificado, um Engenheiro Civil ou um Arquiteto. Quando destas visitas, o fiscal do CREA identifica a obra com um adesivo do CREA. 

Além disso ele verifica a disponibilidade das ART´s dos projetos e da execução da obra, bem como a placa de obra. Após isso o fiscal deixa um relatório de visita com o responsável pela obra, anotando o que encontrou na obra. Existindo alguma irregularidade o proprietário é notificado em tem um prazo para regularizar, estando este passível de multa. 

Caso a obra não possua os projetos será necessário protocolar todos os projetos da obra junto ao CREA para posterior análise pelo crea;

PREFEITURA - A prefeitura, através da secretaria de urbanismo normalmente verifica as obras mediante uma denúncia, caso contrário ela apenas fará uma vistoria na obra quando da solicitação do CVCO. 

Tratando-se de denúncia e existindo alguma irregularidade na obra, o proprietário é notificado, tem um prazo para regularizar a obra e estará passível de multa e embargo (paralisação) da obra.

[DICAS] Construindo a sua Casa (Mão de Obra)


MÃO DE OBRA


  • REFERÊNCIAS
O mais importante na contratação da mão de obra para execução de uma casa são as referências. É com base nestas referências que você poderá evitar vários problemas. O interessante é que se obtenha pelo menos três referências de casas que o empreiteiro ou construtor já executou. Segue abaixo uma sugestão das informações que você poderá solicitar:

  • Endereço da obra;
  • Nome do proprietário;
  • Telefone do proprietário;
  • Tamanho da obra;
  • Valor da mão de obra;
  • Prazo de execução.

Tão importante quanto pegar as referências é verificar as informações, portanto alguns cuidados deverão ser tomados:

  • Ligar para o proprietário e verificar:
  • Se a obra foi executada dentro do prazo pré-estabelecido;
  • Se a obra foi executada dentro do custo contratado;
  • Se houveram custos extras na obra;
  • O valor dos custos extras.


Tudo isso para saber se o empreiteiro cobra um preço justo pelos serviços adicionais, se aguarda o recebimento das etapas programadas ou fica pedindo adiantamentos e se atrasou a entrega da obra. 
  • Visitar a obra para verificar:
  • Se a obra realmente existe;
  • Se o aspecto externo da obra é bom;
  • Se for possível a visita do interior da casa, verificar os acabamentos da casa como: assentamento do piso cerâmico e dos azulejos, acabamento das paredes (se não está ondulada), os encaixes e emendas do forro, fechamento das portas, existência de umidade nas paredes, alinhamento do telhado e dos beirais, entre outros.
  • EQUIPE DISPONÍVEL
Verificar qual equipe o empreiteiro estará disponibilizando na obra, se ele trabalhará com apenas um ajudante, se ele tem outros profissionais que trabalham com ele, enfim, saber qual será a equipe de trabalho para que você possa acompanhar o desenvolvimento da equipe pré-estabelecida.
  • CONTRATO
É importantíssimo firmar um contrato com o empreiteiro, evitando assim problemas futuros com o Ministério do Trabalho e com serviços extras. 
  • Preenchimento do contrato
tão importante quanto o contrato, é a descrição dos serviços que o empreiteiro será responsável em executar.É bom verificar alguns tópicos junto com o empreiteiro para ver se estão ou não inclusos no contrato e, se estiverem, incluir na descrição dos serviços do contrato, sendo eles:

Nivelamento e aterro do terreno;
Perfuração das estacas;
Fundação;
Levantamento das paredes;
Estrutura de cobertura;
Cobertura com telhas;
Chapisco, reboco e calfino das paredes;
Piso bruto e contra piso;
Colocação de portas e janelas;
Colocação de forro;
Instalação da fiação elétrica;
Instalação de tomadas e interruptores;
Instalação de luminárias;
Tubulações de água e esgoto;
Tubulação de água pluvial (água da chuva);
Tubulações de água quente;
Instalação de aquecedor e pressurizador;
Instalação de banheira de hidromassagem;
Instalação das louças e metais no banheiro, cozinha e área de serviço;
Assentamento de piso cerâmico na casa, banheiro e na área de serviço;
Assentamento de azulejo na cozinha, banheiro e na área de serviço;
Colocação de soleiras de granito;
Pintura interna e externa da casa e do forro;
Ligações externas de: 
- água, tubulação até o cavalete de entrada de água;
- esgoto, tubulação até a rua ou a execução de fossa e sumidouro;
- energia, tubulação e fiação até o poste;
- poste de energia, montagem do poste e da mureta para - medidor;
- telefone, tubulação até o poste.



Calçadas externas;
Muros de divisa;
Colocação de grades e portões;
Meio-fio e calçada.
  •  PAGAMENTOS
No contrato deverão constar quais serão os pagamentos, seus valores e, principalmente, os serviços que o empreiteiro realizará em cada etapa.O ideal seria se não houvesse nenhum tipo de adiantamento de pagamento, entretanto, tendo em vista os gastos que o empreiteiro terá com transporte e alimentação, poderá ser dada uma parcela inicial para que o empreiteiro possa arcar com as despesas até a conclusão da primeira etapa. Quando do pagamento das etapas, é interessante ir junto com o empreiteiro na obra, verificar os serviços que foram executados nesta etapa, e somente após terem verificado os serviços é que deverá ser feito o pagamento. 

Desta forma evitam-se alguns problemas como: atraso de obra, correção prévia de alguns problemas executivos que poderão existir.
  • SERVIÇOS EXTRAS
Poderão ser contratados alguns serviços adicionais no decorrer da obra como:



Tubulações de água quente;
Instalação de aquecedor e pressurizador;
Instalação de banheira de hidromassagem;
Pintura interna e externa da casa e do forro;
Ligações externas de: 
- água, tubulação até o cavalete de entrada de água;
- esgoto, tubulação até a rua ou a execução de fossa e sumidouro;
- energia, tubulação e fiação até o poste;
- poste de energia, montagem do poste e da mureta para - medidor;
- telefone, tubulação até o poste.



Calçadas externas;
Muros de divisa;
Colocação de grades e portões;
Meio-fio e calçada.

O principal cuidado a ser tomado na contratação dos serviços extras é determinar exatamente o que será feito, qual será o valor dos serviços e qual será o prazo de execução. Agindo desta maneira você evitará sustos com uma relação enorme de serviços extras ao final da obra. 

Sendo bem claro:
pague apenas por aquilo que contratou;
pague somente na data que programou;
exija os serviços totalmente executados e
existindo algum problema na etapa, solicite os devidos ajuste e,
PRINCIPALMENTE, NÃO PAGUE NADA ADIANTADO.

Não esqueça do tradicional churrasco da obra, que normalmente é executado quando é terminada a cobertura (telhado). 



Esta é uma forma de aproximar empreiteiro, proprietário e funcionários e melhorar o contato entre eles.

[DICAS] Construindo a sua Casa (Escolha do Terreno)

ESCOLHA DO TERRENO
  • FACE NORTE
Para a região sul do Brasil, ou locais mais frios, a melhor posição do terreno em relação ao sol é a face norte. Um terreno tem sua frente na face norte quando, olhando a frente do terreno da rua, o sol nasce do lado esquerdo do terreno e se põe do lado direito. A escolha desta face é interessante por propiciar um melhor aquecimento da parte da frente da residência. 

Já para a região norte do Brasil, ou locais mais quentes é interessante observar a posição norte, que será a mais quente e a direção do vento predominante. Desta maneira é possivel projetar a casa de modo que ela fique mais fresca e arejada. 
  • LARGURA MÍNIMA
É possivel desenvolver um projeto independente da sua largura entretanto, quanto mais largo for o terreno, melhor ficará a disposição da casa e melhor ficará a iluminação e ventilação da casa, tendo em vista a possibilidade da colocação de uma quantidade e de um tamanho maior de janelas e afastamentos laterais (das divisas). Uma largura ideal seria a partir de 12 metros. 
  • NÍVEL DO TERRENO
É interessante que o nível do terreno seja igual ou mais alto do que o nível da rua, caso contrário, olhando a casa pronta da rua, parecerá que a casa esta "enterrada" no terreno.
  • INCLINAÇÃO DO TERRENO (DESNÍVEIS)
Quando o terreno tiver uma inclinação acentuada, ou seja, maior do que 1 metro a cada 10 metros, será interessante consultar um engenheiro ou um arquiteto. É interessante que seja feita esta consulta para aproveitar o terreno da melhor forma possível e para que se tomem os cuidados necessários quanto a impermeabilização e drenagem. 
  • INFRAESTRUTURA
Verificar se já está disponível a infraestrutura de telefonia, esgoto e principalmente de água potável e de energia, pois sem estas duas últimas não é possível iniciar a obra. 
  • GUIA AMARELA
É possivel solicitar a guia amarela junto a secretaria de urbanismo. Esta guia apresenta alguns parâmetros que deverão ser verificados antes da construção, entre eles o recuo, a taxa de ocupação e a existência de faixa de drenagem.
  • Recuo. Recuo frontal: Espaço na frente do terreno onde não é possivel construir. Normalmente é de 5,00m, mas deverá ser verificado, pois podem haver variações; Recuo das divisas: Espaço exigido entre a construção e as divisas laterais e dos fundos. 
  • Taxa de ocupação. Normalmente a taxa de ocupação é de 50%, ou seja, poderá ser construído no máximo 50% da área do terreno 
Exemplo: em um terreno de 300m², a parte térrea da casa poderá ter até 150m²;
  • Faixa de drenagem. Faixa destinada a drenagem da água da chuva. A indicação da faixa de drenagem na guia amarela é um alerta expedido pelo IPPUC para toda a quadra onde passa a faixa de drenagem, sendo necessária uma consulta junto a prefeitura para verificar a localização exata da faixa de drenagem na quadra e a eventual passagem no terreno em questão. 
Não existem apenas estes três parâmetros, como os colocados acima, estes são os principais, os demais deverão ser verificados junto a um profissional competente, um Engenheiro Civil ou um Arquiteto. 
  • IMEDIAÇÕES
É interessante verificar algumas características nas imediações do terreno, como:
  • Padrão das casas vizinhas, ou das quadras vizinhas quanto ao acabamento e ao material utilizado. Se tem um bom acabamento, se são em alvenaria ou em madeira, se são térreas ou sobrados. Isto é interessante ser verificado para que, por exemplo, você não construa uma casa térrea entre dois sobrados e não tenha sol em nenhum horário. Outra possibilidade é que você possa ter a sua casa em alvenaria rodeado por casas de madeira;
  • Distância dos comércios mais próximos como: supermercado, farmácia, banco, lotérica;
  • Distância de alguns locais públicos como: ponto de onibus, hospital, posto de saúde, escola, creche, módulo policial;
  • Distância até uma rua principal, rodovia, aeroporto ou indústria, devido ao barulho ou incômodo que estes possam trazer futuramente.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

MANIFESTAÇÕES, ASPECTOS, CAUSAS PROVÁVEIS E REPAROS EM REVESTIMENTO


Podemos observar nas edificações os seguintes fenômenos, prejudiciais ao aspecto de paredes e tetos:

a- a pintura acha-se parcial ou totalmente fissurada, deslocando da argamassa de revestimento;

b- há formação de manchas de umidade, com desenvolvimento de bolor;

c- há formação de eflorescência na superfície da tinta ou entre a tinta e o reboco;

d- a argamassa do revestimento descola inteiramente da alvenaria, em placas

compactas ou por desagregação completa;

e- a superfície do revestimento apresenta fissuras de conformações variada;

f- a superfície do revestimento apresenta vesículas com deslocamento da pintura;

g- o reboco endurecido empola progressivamente, deslocando do emboço.


Estes fenômenos podem se apresentar como resultados de uma ou mais causas, atuando sobre a argamassa de revestimento; tais como:

a- tipo e qualidade dos materiais utilizados no preparo da argamassa de revestimento.

b- mau proporcionamento das argamassas;

c- má aplicação de revestimento;

d- fatores externos ao revestimento;

Todos os tipos de danos de revestimento tem importância do ponto de vista da
economia e satisfação do usuário.

À preocupação do usuário com o custo do reparo do revestimento deve-se acrescentar a sensação desagradável do mesmo precisar coexistir com um ambiente visualmente antiestético.

ANÁLISE DAS CAUSAS

Causas decorrentes da qualidade dos materiais utilizados

Agregados

Em nosso meio é utilizada, como agregado, a areia natural essencialmente
quartzosa. São particularmente prejudiciais impurezas tais como: aglomerados argilosos, pirita, mica, concreções ferruginosas e matéria orgânica. Dos efeitos observáveis, a expansão pode ser resultante da formação de produtos de oxidação da pirita e das concreções ferruginosas - sulfatos e óxidos de ferro hidratados, respectivamente - de hidratação de argilo-minerais montmoriloníticos ou de matéria orgânica. 


A matéria orgânica pode ser a causa de formação de vesículas esporádicas; no interior de cada vesícula observa-se um ponto escuro.

A desagregação do revestimento, por sua vez, tem como causa a presença de torrões argilosos, com excesso de finos na areia ou de mica em quantidade apreciável. A mica pode também reduzir a aderência do revestimento à base ou de duas camadas entre si.

Cimento

Não existe inconveniente quanto ao tipo de cimento, mas sim, quanto à finura que regulará os níveis de retração por secagem. A retração nas primeiras 24 horas é controlada pela retenção de água que, por sua vez, é proporcional ao teor de finos. Mas, em idades, maiores, a retração aumenta com o teor de finos. 

De modo a contornar o problema, costuma-se adicionar aditivo incorporador de ar à argamassas de cimento, exceção feita à de chapisco. Outra alternativa é a da adicionar-se cal hidratada que aumenta o teor de finos, melhorando a retenção de água e trabalhabilidade do conjunto.

Cal

A produção de cal virgem e de cal hidratada e o endurecimento da argamassa
pertence a um ciclo de reações que se inicia pela decomposição do constituinte principal da matéria-prima, o carbonato, terminando pela sua regeneração no endurecimento da argamassa, como resultado da ação do anidrido carbônico do ar.

A etapa intermediária, de hidratação da cal virgem, dá-se por uma reação contínua, cuja velocidade depende das condições de calcinação da matéria-prima. Comparativamente, a cal virgem dolomítica tem velocidade de hidratação mais lenta. Quando esta reação não é completa durante a extinção em fábrica, pode continuar após o ensacamento, durante o amassamento e após a aplicação da argamassa. 

O inconveniente é o aumento de volume que acompanha a reação de hidratação. A hidratação retardada é a responsável pelo rasgamento do saco quando a cal é armazenada por tempo prolongado.

Se utilizada logo após a fabricação, o aumento de volume causa danos ao
revestimento, mais propriamente na camada de reboco, com efeitos diferentes, quer se trate do óxido de cálcio de magnésio presentes na cal. Existindo óxido de cálcio livre, na forma de grãos grossos, a expansão não pode ser absorvida pelos vazios de argamassa e o efeito é o de formação de vesículas, observáveis nos primeiros meses de aplicação do reboco.

Ao ser a hidratação do óxido de magnésio muito mais lenta, ela se dá simultaneamente à carbonação. O revestimento endurecido empola gradativamente deslocando-se do emboço.


Observar-se que o empolamento e mais localizado em regiões onde há maior 
incidência do sol ou de aquecimento por fontes quaisquer (fogão, aquecedores, tubulação água quente). 

Causas decorrentes do traço da argamassa 

Argamassa de cimento 

A primeira camada do revestimento é constituída pelo emboço, cuja função éregularizar a superfície da base; como já visto, para que essa camada seja suficientemente elástica deve conter cal e cimento em proporções adequadas. Observam-se fissuras e deslocamento quando esta camada é excessivamente rica em cimento (proporção 1:2 em massa, por exemplo), condição agravada quando aplicada em espessura maior de 2 cm. 

Argamassa de cal 

O endurecimento é resultante da carbonatação da cal. Assim sendo, a resistência da argamassa é função de uma proporção adequada, areia, cal e decondições favoráveis à penetração do anidrido carbônico do ar atmosférico através de toda a espessura da camada. 

Em camadas pouco espessas como as de reboco, a carbonatação é favorecida pela pequena espessura da camada, mas desfavorecida por uma porosidade baixa resultante de uma argamassa rica em finos, procedentes tanto do agregado como do aglomerante. 

Podemos considerar como argamassa rica a que contém proporção cal-areia, em massa superior a 1:3. Com relação ao agregado é desaconselhável a utilização de argamassa de saibro.



A figura nos mostra a desagregação de um revestimento de uma única camada
com espessura fora de especificação, construída de saibro e cal, com a agravante de ter sido aplicado sem chapisco sobre blocos de concreto. Para as camadas de 2cm aproximadamente ou mais, como as de emboço, é aplicada a utilização de cimento e cal.

Uma argamassa magra tem porosidade favorável à carbonatação mas não tem a resistência suficiente para manter-se aderente ao emboço ou à alvenaria, quando aplicada como revestimento em uma única camada. Constata-se casos de deslocamento acompanhado de desagregação, para argamassa de 1:16 ou ainda para proporções maiores.

Causas decorrentes do modo de aplicação do revestimento 


Aderência à base
Independentemente do número de camadas de argamassa aplicadas, ou da qualidade dos materiais empregados, é essencial que existam condições de aderência do revestimento à base.


A Figura nos mostra o deslocamento de revestimento aplicado sem chapisco. A
aderência se dá pela penetração da nata no aglomerante nos poros da base e endurecimento subseqüente. Consequentemente, vai depender da textura e da capacidade de absorção da base, bem como da homogeneidade dessas propriedades.

Assim, pode apresentar problema de aderência, uma camada do revestimento
aplicada sobre outra impregnada de um produto orgânico, o qual impede a penetração da nata do aglomerante. Cita-se, como exemplo, uma superfície de concreto impregnada de desmoldante ou uma camada de chapisco contendo um produto hidrofugante.

Outra causa a ser citada é a ausência de rugosidade da camada da base.

O revestimento mantém-se aderente nas regiões correspondentes às juntas do
assentamento. Sendo a área dessas juntas relativamente pequena, o revestimento acaba por descolar sob efeito do seu próprio peso.

Espessura do revestimento

Segundo as prescrições da NB-231 "Revestimento de paredes e tetos com
argamassas: materiais, preparo, aplicação e manutenção", a espessura do emboço não deve ultrapassar 2cm e a do reboco 2mm. Observa-se que em alguns casos deslocamento de revestimento de laje de teto o emboço chega a apresentar espessura de 5cm. Este fato, agravado por em traço rico de cimento, não permite que o revestimento acompanhe a movimentação da estrutura, deslocando-se. No reboco, o efeito observado é de desagregação por falta de carbonatação.

Aplicação da argamassa

Para argamassa contendo cimento, se o tempo de endurecimento e secagem da camada inferior não é observado antes da aplicação da camada superior, a retração que acompanha a secagem da camada inferior gera fissuras, com configuração de mapa, na camada superior.

O alisamento intenso da camada de reboco propicia uma concentração de leite de cal na superfície. Por carbonatação , forma-se uma película de carbonato uniforme que age como uma barreira à penetração do anidrido carbônico, impedindo o endurecimento do nterior da camada de revestimento.

Causas decorrentes do tipo de pintura

As tintas a óleo ou à base de borracha clorada e epóxi promovem uma camada
impermeável que dificulta a difusão do ar atmosférico através da argamassa de
revestimento. Se a pintura for aplicada prematuramente, o grau de carbonatação atingido não é suficiente para conferir à camada de reboco a resistência suficiente e este acaba por deslocar-se do emboço com desagregação.



Causas externas ao revestimento

Umidade

A infiltração de água através de alicerces, lajes cobertura mal impermeabilizadas ou argamassas de assentamento magras, manifesta-se por manchas de umidade, acompanhada ou não pela formação de eflorescência ou vesículas. A infiltração constante provoca a desagregação do revestimento, com pulverulência, ou formação de bolor em pontos onde não há incidência de sol.





No caso de tintas impermeáveis, a eflorescência deposita-se entre a camada de tinta e a do reboco, comprometendo a aderência entre ambas. Estas tintas são também responsáveis pela formação de vesículas ou bolhas que resultam da percolação da água através da alvenaria e que se acumula entre o revestimento e a tinta.

Expansão da argamassa de assentamento

Ocorre predominantemente no sentido vertical e pode ser identificada por fissuras horizontais no revestimento (Figuras 9.8, 9.9, 9.10). A expansão da argamassa de assentamento pode ser provocada por reações químicas entre os constituintes desta argamassa ou mesmo entre compostos do cimento e dos tijolos ou blocos que compõem a alvenaria. As causas podem ser as seguintes:

- reação de sulfato do meio ambiente ou do componente da alvenaria com o
cimento da argamassa;

- hidratação retardada da cal dolomitica usada na argamassa de assentamento.



REPAROS

A possibilidade de reparo é função do tipo e extensão do dano existente. Os danos nem sempre aparecem em toda a edificação, mas comumente localizados em pontos onde o fenômeno que os originou é mais favorecido. Nestes casos, a tendência do usuário é executar pequenos reparos, sem a preocupação com a causa. 

Em conseqüência, o fenômeno alastra-se progressivamente, às vezes por um largo tempo, solicitando um reparo constante, talvez antieconômico se comparado a uma execução completa. Por isso mesmo, é necessária a identificação das causas e da extensão do dano para melhor decidir-se sobre a
solução a ser adotada, como segue na Tabela.

Identificação das causas, extensão do dano e solução


Fonte: Técnicas de Construção Civil e de Edifícios (José Antônio de Milito) / http://edificandoonline.blogspot.com/